segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O Teu sorriso



O Teu sorriso

Que paz imensa sinto a olhar para ti!...
O teu olhar transmite-me candura
E ao olhar-te foi que percebi
Quão doce é bela é tua alma pura

Deixa-me olhar o teu olhar sereno,
Sentir todo esse afeto que irradia…
Quero afagar teu rosto e num aceno
Vive-lo com paixão, com alegria!

Deixa-me olhar teus olhos de menina
Que paz perene e doce que me ensina
A amar a vida. Dá-mo, minha amiga!

Se me ofereceres o teu sorrir sereno,
Guardá-lo-ei pra mim, qual verbo pleno,
E ele será meu por toda a vida!

José Sepúlveda

Eusébio



Pantera Negra

Chutavas nessas bolas de farrapos
Que com carinho e garra construias
Caías, rastejavas como sapos
Mas nunca te queixavas… e sorrias

Com todo aquele bando de ganapos
Vivias desfrutando essas orgias
Descalço, só coberto com dois trapos,
Saltadas e gritavas… e vivias

Depois, quando deixaste o teu cantinho,
Vieste conhecer novo caminho -
E assim foste escrevendo a nossa história

Trouxeste a toda a gente orgulho e arte…
Não partes que um guerreiro quando parte
Deixa no rasto o grito da vitória!

José Sepúlveda

Meus Filhos

Meus Filhos

De tantas, tantas graças excelentes
E bênçãos sem ter fim já recebidas,
Deste-nos, Deus, três filhos diferentes
E tão iguais, razão das nossas vidas.

Olha o Luís, tão sóbrio, tão amável,
Seus olhos irradiam alegria.
Sorrindo sempre, com falar afável
Vai espalhando amor e simpatia!

Olha o Miguel, sincero, artista nato,
Amante do desporto e do retrato,
Pacato em seu viver, giesta em flor

Por fim, o Pedro, filho dedicado
Que insiste viver sempre ao nosso lado,
Fazendo deste lar um lar de amor

José Sepúlveda

Lágrima

Lágrima

Seguia de mão dada pela estrada
Lançando para o filho um meigo olhar
A sua mente assaz preocupada
Por não ter alimento pra lhe dar

Os tempos são de míngua, são de mágoa...
E nessa luta atroz de cada dia
Um pouco de alimento, um copo de água
E a fome e a tristeza se alivia

Parou num contentor, abriu confiante...
a sua expectativa num instante
Se esvaneceu... ali não tinha nada

E ocultando o seu sorriso lindo,
Seus olhos, rio de água se esvaindo,
Um pouco de pão duro lhe entregava…

José Sepúlveda

O Menino

O Menino

Belém Efrata está alvoroçada! 
O povo se aglomera em todo o lado
Cansado por aquela atroz jornada
Atravessando o monte e o valado

A jumentinha mansa, fatigada,
Cansada, quase que perdia o tino,
Trouxera nessa sua caminhada
A mãe e, no seu ventre, o seu menino

Mas ao chegar feliz, pra seu espanto,
Os dois não encontraram um recanto
Aonde pernoitar, pela cidade

E numa manjedoura, entre animais,
No aconchego santo de seus pais,
Nascia o Salvador da humanidade

José Sepúlveda

domingo, 5 de janeiro de 2014

Pecado Original

Pecado Original

Do pó da terra um dia te formei
E dei‐te a minha Lei pra seres feliz
A terra e animais eu te entreguei
E era muito bom tudo o que Eu fiz

Estavas só e uma mulher te dei
Formada da costela, da raiz.
Mas ela transgrediu a minha lei
Um dia, ao ser tentada ‐ não me quis.

Que dia triste, Adão, que dor intensa!
Tu rejeitaste o acesso á vida imensa
Que com tão grande amor eu te quis dar

Para te reaver mudei a história...
E quis mostrar‐te o gozo da vitória
Morrendo numa cruz pra te salvar

José Sepúlveda